quarta-feira, 1 de setembro de 2010

R. Conde Afonso.

Você não sabe, mas todo domingo perto das 18 horas, meu telefone toca me dando o endereço da sua casa.
Ele faz isso desde o primeiro dia que você me chamou pra uma visita em um domingo.

Anotei em um papel, e por medo de perder, anotei também no celular. e na pressa, deixei lá como evento continuo.
E desde então, quase nove meses depois, ele toca, religiosamente, todos os domingos.
Nunca tive coragem de apagar. Nem mesmo quando você parou de me chamar pra sua casa aos domingos.
Deixo aqui, não sei se pela dor da lembrança de um dia, ou pela esperança de um novo dia. (Não sei). Verdade é que bem ou mal esse telefone tocando todos os domingos te mantém presente na minha vida. É meu jeito de não querer virar a página. De dizer: tá dolorido assim, sem domingo, com o 'quase nada'. mas nesse quase, cabe bem um pedaço teu - que nunca me foi suficiente, mas que me mantem.
E por me manter assim, eu continuo.


29 de agosto, domingo.
Às 18h uma mensagem sua.

"vamos ver um filminho aqui?"

Eu disse não, só querendo ir.
Esperei a tarde inteira por um sinal teu.
Desisti de esperar, decidi ir ao cinema com amigos....

mas eu continuo. eu continuo.
e você?